Em dezembro, 18 agricultores familiares beneficiados pela Organização de Conservação da Terra (OCT) receberam a obtenção do selo SisOrg (Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica) para utilização nos rótulos de seus produtos. Administrado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, do Governo Brasileiro, o selo identifica e controla a produção nacional de alimentos orgânicos e permite a venda direta a consumidores, indústrias, processadores, supermercados e até mesmo para a exportação.

Conquistada através da verificação de conformidade orgânica da Rede Povos da Mata, associação formada por mais de 260 famílias de agricultores das regiões de Ibirapitanga, Serra Grande, Ilhéus/Itabuna e Arataca, na Bahia, a certificação teve caráter participativo, ou seja, os próprios agricultores validam uns aos outros. Ana Paula Matos, Líder da Conservação Produtiva na OCT, explica. “Como forma de organização socioprodutiva, foram formados seis grupos que se reúnem mensalmente nas propriedades de seus membros com o objetivo de avaliar e verificar a conformidade orgânica em cada área. Isso promove a troca de saberes e estimula a qualificação do manejo conservacionista”.

De acordo com Luciano Ferreira, agricultor que participou das avaliações, a certificação fortalece a Rede como um todo. “A agroecologia funciona como um conjunto: a conservação ambiental, produção agroecológica, geração de renda e comercialização. Esses novos grupos têm produtos bem interessantes e que podem abrir novos mercados”. Ainda segundo Ferreira, o trabalho que vem sendo desenvolvido pela OCT junto aos produtores foi importante no processo de avaliação. “Fiquei muito impressionado com as áreas e gostei bastante das propriedades que visitei”, afirma. A OCT é apoiada pela Fundação Odebrecht através do Programa PDCIS.

Agricultores certificados recebem orientações de equipe técnica da OCT

Segundo Eduardo Mamédio, Coordenador de Projetos na OCT, os resultados positivos demostrados pelos beneficiários são fruto de ações voltadas a esse público desde 2012: “A conquista do selo orgânico é uma comprovação do bom trabalho realizado por todos, agricultores e equipe técnica”. Marivaldo Santos, pequeno produtor da comunidade Vale do Juliana, em Igrapiúna (BA), confirma: “Eu já venho andando na estrada certa há muito tempo e não vou voltar atrás”. O agricultor faz parte do grupo dos 18 certificados e sua produção é 100% orgânica.

Fonte: Fundação Odebrecht