Conheça um pouco da historia de Gleysinho, jovem agricultor da Rede Povos da Mata. Um passeio pela tradicional roça de mandioca do Sul da Bahia, com uma família de agricultores que há séculos lida com esse manejo. Assista: Mutirão na Casa de Farinha, primeiro episódio das Narrativas Artesanais.
Sinopse:
O documentário registra o trabalho de seu Val de Bila, acompanhado de seu filho Gleysinho, agricultores da comunidade do Cuiudo, em Taboquinhas, distrito de Itacaré, Litoral Sul da Bahia. Eles são reconhecidos pela qualidade da farinha orgânica que produzem e vendem nas feiras livres locais. Uma família que mantém os saberes e fazeres artesanais desde os tempos dos “cativeiros”, como eles mesmos denominam o regime de escravidão. Seu Bila, pai de Val, hoje é o guardião dessa ancestralidade, e ainda fixa na memória as cantigas entoadas nos tempos antigos, “tipo de coisa que não se faz mais”, segundo ele. Três gerações de agricultores, mantendo vivas as tradições da roça.
Cultura inicial de qualquer agricultor, a mandioca é parte intrínseca das práticas rurais nessa região da Área de Proteção Ambiental (APA) Itacaré – Serra Grande. O seu cultivo está associado a uma rede ampla de relações, resultando numa série de produtos alimentícios, serviços, ferramentas e bens de produção. São saberes e fazeres moldados pela força e inteligência popular desde o Brasil pré-colonial, uma vez que foram os indígenas os precursores da domesticação dessa planta rústica, saborosa e de alto valor nutricional.
O trabalho em regime de mutirão é fundamental para a produção da farinha artesanal, pois a quantidade de mandioca que se precisa colher e raspar é grande, e nunca uma família sozinha consegue dar conta do serviço no tempo necessário. Assim, parentes, vizinhos e amigos comparecem nos dias combinados. E o que seria uma tarefa árdua, passa a ser um momento de encontro, troca de informações, confraternização, regado a muitas risadas dos causos que surgem. Local de socialização, as casas de farinha são espaços culturais com muitas potencialidades de resgate, resguardo e difusão das tradições populares.
Informações / Onde encontrar:
Gleysinho atende todos os domingos na Feira Popular de Itacaré
Telefone: 073-99851.7324 / Facebook: Edigley Santos
Local de venda alternativo: https://www.facebook.com/estacaoitacare
Rede Povos da Mata no Facebook: https://www.facebook.com/povosdamata
Sobre a série Narrativas Artesanais
Narrativas Artesanais é uma série de 10 vídeos documentários de curta-metragem sobre saberes e fazeres ancestrais, de expressivos valores culturais, históricos e ambientais, com incidência na Área de Preservação Ambiental (APA) Itacaré – Serra Grande, região Litoral Sul da Bahia.
Enraizados no tempo presente, cada episódio é conduzido por um personagem cativante, através de uma linguagem cinematográfica poética e didática, em que se busca o registro documental de atividades artesanais marcadas pela criatividade, empreendedorismo, autonomia, diversidade, e que mantenham relações de respeito com a natureza e a comunidade.
O sentido maior dos vídeos é estimular e propagar a possibilidade de um novo tipo de economia, baseada em produtos e serviços que valorizam a educação, a cultura e o território, em consonância com o que se tem categorizado hoje por Economia Criativa.
Os recursos investidos na realizacão da série foram aprovados pelo Instituto Arapyaú no âmbito do Projeto Nacional de Ações Integradas Público-Privadas para Biodiversidade (Probio II), uma parceria entre o Fundo Nacional para a Biodiversidade (FUNBIO) e o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). A solicitação para a realizacão da série foi feita pela Associação Tabôa de Fortalecimento Comunitário e a Cooperativa Catarse – Coletivo de Comunicação foi a produtora contratada para executar o serviço.