A comercialização dos produtos da Rede de Agroecologia Povos da Mata acontece pela parceria entre produtores, associações, cooperativas, transportadores, comerciantes e grupos de consumidores, e se organiza por meio dos Circuitos Curtos e Longos de Comercialização.

Os Circuitos Curtos de Comercialização são uma forma de distribuição da produção agrícola familiar, que aproxima os agricultores dos consumidores. Essa forma de comercialização considera não só a proximidade geográfica entre produção e consumo mas, também, a proximidade social, diminuindo o quanto for possível o número de intermediários dessa relação.

O Circuito é apoiado por Estações que correspondem às organizações envolvidas do Núcleo Regional da Rede de Agroecologia Povos da Mata, com a gestão coletiva feitas pelas famílias agricultoras e coprodutoras/ consumidoras do circuito. A articulação entre pedidos e oferta ocorre por comunicações telefônicas e via pedidos pelo link das estações na internet, feitas entre os agricultores e consumidores interessados. O intercambio de produtos é realizado por caminhões e veículos dos próprios agricultores que vão até as estações. Periodicamente são realizadas reuniões, onde produtores representantes de suas estações, associações, cooperativas se encontram para tomadas de decisões, alinhamentos, formação de preços, planejamentos, logística e organização das ofertas e demandas.

Com essas práticas, buscamos também a democratização do acesso aos alimentos agroecológicos para população, independente da classe socioeconômica.

Os Circuitos Longos são assim denominados pela interação entre distâncias maiores, geralmente interestaduais. Para sua concretização, algumas das Estações Orgânicas funcionam como entrepostos que facilitam a distribuição dos produtos da Rede Povos da Mata de diferentes Núcleos em diversos pontos de vendas por todo o Brasil.

Atuamos dentro de princípios que buscam:

★ Prover os agricultores da Rede com alimentos saudáveis produzidos por outros agricultores agroecológicos; ★ Encurtar a distância entre produtores e consumidores, estabelecendo relações éticas e solidárias;
★ Valorizar os serviços socioambientais gerados;
★ Compartilhar os benefícios gerados pelo processo de circulação de mercadorias entre os membros da Rede;
★ Cooperar e ter transparência e complementaridade entre os envolvidos no processo;
★ Viabilizar o acesso de toda a população aos produtos orgânicos, independente do nível de renda.

A construção de relações de mercado dessa natureza estimulou o desenvolvimento das Estações Orgânicas como uma Rede Solidária de Produção e Circulação de Produtos Orgânicos.

Para favorecer a criação de circuitos curtos para a distribuição dos nossos produtos, privilegiamos os produtos da época e os mercados locais.

A distribuição da maior parte dos produtos da Rede se dá na dinâmica das cestas e das feiras orgânicas, acontecendo dentro de um contexto em que os consumidores se tornam coprodutores, uma vez que são atores ativos nesse processo e contribuem conscientemente com os agricultores que, por sua vez, garantem a segurança alimentar da origem dos seus produtos por meio da certificação participativa.