Fundação Banco do Brasil premia Rede Povos da Mata da Bahia

Fundação Banco do Brasil premia Rede Povos da Mata da Bahia

Tecnologia social de Ilhéus vence prêmio de Tecnologia Social de 2017: Rede de Agroecologia Povos da Mata ganhou troféu da Fundação Banco do Brasil na categoria Agroecologia

Numa noite marcada por emoção, a tecnologia social Rede de Agroecologia Povos da Mata venceu o Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social, na categoria Agroecologia. As iniciativas vencedoras foram anunciadas em cerimônia no Centro Internacional de Convenções do Brasil, em Brasília no dia 23 de novembro.’

Saiba mais sobre a Rede de Agroecologia Povos da Mata povosdamata.org.br

A presidente da Associação Povos da Mata Atlântica do Sul da Bahia de Certificação Participativa, Tatiane Botelho, falou da importância do Prêmio para a rede: “O reconhecimento da Fundação Banco do Brasil comprova que pequenas ações são capazes de mudar o mundo. A FBB nos abre portas, para possíveis acessos à recursos para replicação da nossa Tecnologia Social e nos consolida perante financiadores. Mais do que isso. Para os agricultores e agricultoras, assentados, quilombolas e indígenas reforça a importância do trabalho e produção realizada por eles, que preservam e conservam a natureza, os recursos e hídricos e fornecem alimentos saudáveis nas feiras e estações orgânicas”, disse.

Durante a cerimônia, sete tecnologias sociais levaram o troféu de vencedoras. As premiadas do Brasil receberam R$ 50 mil cada, destinados à expansão, aperfeiçoamento ou reaplicação da metodologia, e mais um vídeo com apresentação dos projetos. Nesta edição, iniciativas da América Latina e do Caribe concorreram na categoria Internacional.

As tecnologias sociais premiadas são:

Categoria Agroecologia
Rede de Agroecologia Povos da Mata (Bahia)

Categoria Educação
Fast Food da Política (São Paulo

Categoria Água e/ou Meio Ambiente
Dessalinizadores Solar (Paraíba)

Categoria – Cidades Sustentáveis e/ou Inovação Digital,
Poste de Luz Solar – Litro de Luz Brasil (São Paulo)

Categoria Economia Solidária
Rede Bodega de Comercialização Solidária (Ceará)

Categoria Saúde e Bem-Estar
Uma Sinfonia Diferente, (Distrito Federal)

Categoria Internacional
Caminos de la Villa (Argentina)

Prêmio Tecnologia Social da Fundação Banco do Brasil

O presidente da Fundação BB, Asclepius Soares, ressaltou a consideração do Prêmio em reconhecer iniciativas transformadoras que irão contribuir para o cumprimento dos desafios propostos pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). “A tecnologia social é apaixonante. É a possibilidade que as comunidades têm de serem protagonistas de suas histórias, de terem a capacidade de mudarem a sua realidade”, pronunciou ele durante a cerimônia de premiação.

A cerimônia contou ainda com representantes dos parceiros do Prêmio: representação da Unesco no Brasil, Banco de Desenvolvimento da América Latina – CAF, no Brasil, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Banco Mundial, Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Brasilcap Capitalização. Realizado a cada dois anos, o Prêmio é considerado uma das principais ferramentas de identificação e reconhecimento de tecnologias sociais em todo o País.

O público de quase 700 pessoas também aplaudiu a notícia de mais investimentos em tecnologias sociais. Foi anunciado o edital inédito, de R$ 10 milhões, para reaplicação das tecnologias sociais disponíveis no acervo do Banco de Tecnologias Sociais (BTS), em parceria da Fundação BB com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com lançamento previsto para o início do próximo ano.

Rede de Agroecologia Povos da Mata da Bahia

Seja por questões de saúde ou para a preservação do meio ambiente, os alimentos agroecológicos têm despertado cada vez mais o interesse da sociedade. No município de Ilhéus, o trabalho desenvolvido pela Associação Povos da Mata Atlântica do Sul da Bahia de Certificação Participativa, aponta o sistema agroecológico como o melhor caminho, não só para a produção de alimentos saudáveis, mas também para transformar as famílias em protagonistas da conservação ambiental e do desenvolvimento socioeconômico das comunidades.

A entidade formou a “Rede de Agroecologia Povos da Mata”, com a participação de agricultores familiares, assentados da reforma agrária, comunidades indígenas, quilombolas, agricultores em geral e consumidores, também chamados de coprodutores. A Rede é a primeira da Bahia a ser credenciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), para emitir certificados e selos orgânicos de produtos agrícolas e de seus derivados.

A certificação é realizada em estações distribuídas em quatro territórios baianos: Litoral Sul (Ilhéus e Itabuna); Baixo Sul (Ibirapitanga e Morro de São Paulo); Costa Descobrimento (Porto Seguro); e Caatinga (Irecê). Para obter a certificação, o agricultor tem que se comprometer com a produção de agricultura orgânica em conformidade com a legislação vigente e normas estabelecidas pela organização. Ao todo, são 700 famílias incluídas no processo – 250 já são credenciadas e o restante está em fase de certificação.

A Rede vai muito além da certificação. Ela atua no incentivo ao associativismo, na produção e no consumo de produtos orgânicos, na aproximação solidária de agricultores e consumidores, no intercâmbio, no resgate e na valorização do saber popular e em atividades de formação socioculturais, ambientais e de cidadania.

Na propriedade da agricultora e integrante da Rede Maria da Conceição Mendes de Jesus, que fica próxima à cidade de Ilhéus, desde 2006, não entra uma gota de produtos químicos. A trabalhadora conta que depois que aprendeu a trabalhar com alimentos naturais tudo mudou. São 13 hectares com plantações de cacau, banana, mandioca e hortas. “Por longos anos trabalhei com química e não tinha conhecimento dos perigos. Depois que comecei a trabalhar com o alimento natural vi os benefícios que faz para a nossa saúde e dos nossos clientes e para o meio ambiente”. Os produtos agroecológicos da rede são comercializados em 19 feiras orgânicas de venda direta.

O agricultor Luciano Ferreira da Silva, coordenador do núcleo Baixo Sul, destaca o impacto na vida dos produtores rurais e do meio ambiente: “A Rede de Agroecologia Povos da Mata é um instrumento muito importante para os agricultores. Através dessa organização as famílias podem obter a certificação participativa e garantir a comercialização dos alimentos através da venda dieta nas feiras livres e as estações. Além de contribuir para um teeriririo agroecológico de forma desiva para a conivência com os biomas e garantido a biodiversidade, o alimento saudável e contribuindo para a construção de uma sociedade pautada nos valores do associativismo e do cooperativismo”, afirmou.

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Rede de Agroecologia Povos da Mata da Bahia:
Núcleo Caatinga: Lindomar Lins de Andrade – (74) 99924-4034
Núcleo Baixo Sul:
Luciano Ferreira – (73) 98212-2847
Núcleo Costa do Cacau:
Tiago Silveira Tombini – (73) 99943-4505

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